sábado, 10 de dezembro de 2011

Viver a Vida / Sarau



DOIS MOMENTOS DE POESIA NA CASA DE CULTURA:
COM GODARD EM "VIVER A VIDA" E COM POETAS DE MATEUS LEME E BELO HORIZONTE


Na França, a expressão "viver a vida" está relacionada ao exercício da prostituição. No entanto, Godard intitulou o seu filme "Vivre sa Vie" - uma mudança sutil que faz toda a diferença. Com isso, ele quis dizer que aquela não é a prostituta, mas uma prostituta. Como outras, ela se prostitui para sobreviver. Num certo momento do filme, ela diz: "Se estou feliz, sou responsável; se estou infeliz, sou responsável".

Godard retoma a questão metafísica colocada por Sartre e a apresenta à personagem sem se solidarizar com ela. Ele a vê de uma perspectiva quase minimalista, tal como fez Carl Dreyer com Falconetti em "La Passion de Jeanne d'Arc", de 1928 - que Godard homenageia numa parte do filme. Noutro momento, a personagem diz que "vende o corpo para preservar a alma".

O filme é de 1962 e faz parte da fase mais criativa de Godard, inaugurada com a revolução de "Acossado" (A Bout de Souffle). A atriz, Anna Karina, foi sua mulher e musa.

"Viver a Vida" será exibido em DVD, com projeção digital em tela de 75 polegadas. A sala tem 30 lugares. Desta vez, não exibiremos um curta.

Depois do filme, a partir das 19 horas, a Casa promove um recital de poesia. Estarão presentes, de corpo, poetas de Mateus Leme e Belo Horizonte; e, de alma, Clarice Lispector, Cassia Eller, Irene de Mello Neves e outros. Venha para assistir ou traga seus textos e faça sua performance. O sarau é aberto e pode participar quem quiser!

SÁBADO, DIA 10 DE DEZEMBRO, A PARTIR DAS 17 HORAS, NA CASA DE CULTURA CÁSSIA AFONSO DE ALMEIDA
UM PROJETO DO INSTITUTO HUMBERTO MAURO.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Selo 50 Anos Conselho Nacional de Cineclubes

Belle de Jour (A Bela da Tarde)




MAIS UM BUÑUEL, "BELLE DE JOUR", O DE MAIOR SUCESSO DE PÚBLICO DE SUA LONGA CARREIRA. E MAIS UMA TRANSGRESSÃO À NORMALIDADE BURGUESA.


Uma mulher jovem, bela, rica e bem casada não consegue se resolver sexualmente com o marido, um médico jovem, belo e rico como ela, e procura, às tardes, realizar suas fantasias sexuais num bordel.

Eis o enredo de "A Bela da Tarde" (Belle de Jour), o filme de maior sucesso público de Luis Buñuel, que aqui faz a maior de suas provocações à psicanálise, tratando o tema da perversão humana. Com Catherine Deneuve e uma plêiade de grandes atores franceses e espanhóis, o filme obteve o Leão de Ouro do Festival de Veneza de 1967.

O curta é "A Bolandeira", de Wladimir Carvalho, de 1968, restaurado por Walter Salles, que abordou o mesmo tema em "Abril Despedaçado", de 2001 - os engenhos de madeira e puxados por animal utilizados, no Nordeste, no fabrico de melado e rapadura. Carvalho é conhecido por "O País de São Saruê", proibido pelo regime militar de 1964, e inúmeros outros filmes, sempre documentários, como o recente "Rock Brasília", com Renato Russo.

Os filmes serão apresentados em VHS em tela de 75 polegadas. A sala tem 30 lugares.

Sábado, 3 de dezembro, às 17 horas, no cineclube da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida - um projeto do Instituto Humberto Mauro. A casa está situada na rua Meyer, 105, Vila Suzana (Reta), em Mateus Leme. Telefone (31)3535-1721.