quarta-feira, 2 de outubro de 2013

EM OUTUBRO, O CARTUNISTA DUKE PRESTA HOMENAGEM A FERNANDO FIUZA E A CASA COMEMORA O DIA INTERNACIONAL DA ANIMAÇÃO


O cineclube da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida faz sua programação preferencialmente de filmes brasileiros. A maior parte desses filmes é fornecida pela Programadora Brasil, um órgão da Secretaria do Audiovisual do MinC, Cinemateca Brasileira e Sociedade dos Amigos da Cinemateca. No entanto, de uns dois meses para cá, estamos tendo dificuldades de fazer a nossa programação, por conta de uma crise sem explicação entre aqueles gestores, que tiraram do ar o site da Programadora Brasil. 

Em outubro, no dia 5, sábado, às 17 horas, vamos exibir o curta "Famigerado" (1996), de Aluizio Salles Jr., e o longa "O Homem do Corpo Fechado" (1972), de Schubert Magalhães. "Famigerado" é baseado num conto de João Guimarães Rosa, que relata uma experiência pessoal dele como médico do interior e foi procurado por um famoso jagunço, acompanhado de seus capangas, que queria saber o significado dessa palavra, se constituia um elogio ou uma ofensa. Com Antônio Naddeo no papel do jagunço e Saulo Laranjeira no de Rosa. 
"O Homem do Corpo Fechado" começa com uma epígrafe de Guimarães Rosa a respeito do mundo do sertão e conta uma história em linha reta passada no ambiente natural e humano de Minas Gerais em que é evidente também a influência do western norte-americano - a de um sertanejo que, por amor, enfrenta o poder do lugar, representado por um dono de terras. Com Roberto Bomfim, Esther Mellinger, Milton Ribeiro e grande elenco. Os dois filmes têm música de Tavinho Moura. 

Dia 12, sábado, às 17 horas, serão reapresentados o curta "Chama Verequete" (2000), de Luiz Arnaldo Campos e Rogério Pereira, e o longa "Patativa de Assaré: Ave Poesia" (2007), de Rosemberg Cariry, distribuídos, anos atrás, para o circuito cineclubista pelo Conselho Nacional de Cineclubes. O curta é um documentário sobre esse vodum da música do Pará - um homem simples que se transforma em rei quando está em meio aos tambores, numa roda de carimbó. Filmado ao longo de 27 anos por Cariry, amigo e compadre do artista cearense, o longa documenta a trajetória de vida e arte de um dos maiores poetas populares de todos os tempos do Brasil. 

Dia 19, sábado, a partir das 17 horas, o cineclube exibe o filme "O Homem Roxo" (2009), de Duke e Carlos Canela, sobre o artista plástico Fernando Fiuza e a sua luta contra a "moléstia azul", uma rara doença cardíaca que o acometeu desde criança e que ele driblou por 56 anos. Desenhista, pintor, escritor, fotógrafo e ilustrador, Fiuza encarou a vida como um bem precioso e deixou uma obra numerosa e de qualidade, além de uma legião de amigos e admiradores. Na ocasião, a Casa vai inaugurar uma exposição de ilustrações de Fiuza e o cartunista Duke, do jornal "O Tempo" e "Super Notícia",  vai autografar seus livros de charges e cartuns. 

Dia 26, sábado, às 17 horas, serão exibidos o curta "Dossiê Rê Bordosa" (2008), de Cesar Cabral, e o longa "Quebradeiras" (2010), de Evaldo Mocarzel. O curta integrou a mostra nacional do Dia Internacional da Animação de 2009 e investiga por que Angeli decidiu assassinar a Rê Bordosa, ouvindo para isso o próprio, Laerte, Bob Cuspe e Bibebô. O longa é um documentário sobre as quebradeiras de coco de babaçu da região do bico do Papagaio, fronteira do Maranhão, Tocantins e Pará. Segundo a crítica, é o melhor filme do cineasta e jornalista, que foi editor do caderno de cultura de "O Estado de S. Paulo" e dirigiu filmes importantes como "À Margem da Imagem" e "Do Luto à Luta". 

Dia 28, segunda-feira, às 19,30 horas, o cineclube participa do Dia Internacional da Animação de 2013, uma realização da Associação Brasileira de Cinema de Animação, exibindo a mostra adulta nacional e internacional, junto com outras salas em todo o mundo.   

Todos os domingos, às 17 horas, prossegue o projeto Cinepreciosidades, com curadoria do escritor e cinéfilo Matheus Matheus, constituído da apresentação de filmes raros, entre primitivos, undergrounds ou contemporâneos, garimpados em coleções particulares, na internet e outras fontes. 

Os filmes são apresentados com projeção e som digital em tela de 75 polegadas. A sala tem 23 lugares. Os ingressos, gratuitos, são distribuídos com 30 minutos de antecedência. 

NELSON GONÇALVES, ANIMAÇÕES MINEIRAS E ITALIANAS, CORNÉLIO PENA E JOSÉ LINS DO REGO NO CINECLUBE DA CASA DE CULTURA DE MATEUS LEME

O cineclube da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida apresenta a sua programação de setembro, que começa com a exibição, no dia 7, sábado, às 17 horas, do curta "Funcionário do Mês" (2011), de Ramon Faria, e do longa "Nelson Gonçalves" (2001), de Elizeu Ewald, com Alexandre Borges, Julia Lemmertz e Taumaturgo Ferreira. O curta é uma animação que ilustra uma canção da banda Pedra Letícia, de Belo Horizonte. O longa é um "docudrama", misto de ficção e documentário, constituído de cenas dramatizadas, filmes de arquivo e depoimentos de contemporâneos (Sérgio Cabral, Adelino Moreira, Lobão e outros) sobre a vida e a carreira de um dos maiores cantores do Brasil, cuja projeção se deveu ao rádio e ao disco. As canções são cantadas pelo próprio Nelson Gonçalves. 

No dia 14, sábado, às 17 horas, o cineclube apresenta a série Animazioni 2, constituída de 12 filmes curtos de animação, apresentada antes pelo projeto Curta Degustação, realizado em Belo Horizonte pelo Centro de Estudos Cinematográficos de Minas Gerais (CEC-MG), o Instituto Humberto Mauro e a Imprensa Oficial de Minas Gerais. Criados com a utilização de técnicas variadas (stop motion, caneta esferográfica, pixilation, rotoscopia etc), os curtas constituem um recorte da produção contemporânea da animação italiana, caracterizada por um alto nível de sofisticação.  

No dia 21, sábado, às 17 horas, o programa é um curta, "Breves Instantes" (2010), de Mirian Rolim, e um longa, "Fronteira" (2008), de Rafael Conde, com Débora Gomez, Alexandre Cioletti, Berta Zemel, Antonio Naddeo, Grace Passô, João das Neves, Yara de Novaes e Geraldo Peninha. O curta se apropria, para contar uma história, da técnica de construção dos tapetes de serragem feitos para as procissões religiosas em Ouro Preto e outras cidades. Baseado na obra literária de Cornélio Penna, o longa aborda o conflito vivido, numa cidadezinha do interior mineiro, por uma jovem com fama de santa, dividida entre um viajante por quem se apaixona e uma tia empenhada em lhe preparar um grande milagre. Premiado pela Academia Brasileira de Letras.  

No dia 28, sábado, às 17 horas, o cineclube apresenta o curta "Quindins" (2010), de Giuliana Danza e David Mussel, e o longa "O Engenho de Zé Lins" (2005), de Vladimir Carvalho, um dos mais importantes documentaristas brasileiros. O curta é uma animação baseada num conto de Luis Fernando Veríssimo sobre a vida de um casal idoso, utilizando várias técnicas. O longa é um documentário que investiga a personalidade de José Lins do Rego, autor de "Menino de Engenho" e "Fogo Morto", escritor que melhor descreveu o mundo dos engenhos de açúcar e a decadência da que foi a primeira atividade industrial do Brasil. Prêmio especial do júri no Festival de Brasília de 2006.  

Todos os domingos, também às 17 horas, prossegue o projeto Cinepreciosidades, com curadoria do escritor e cinéfilo Matheus Matheus, constituído da apresentação de filmes raros, entre primitivos, undergrounds ou contemporâneos, garimpados em coleções particulares, na internet e outras fontes. 

Os filmes são apresentados com projeção e som digital em tela de 75 polegadas. A sala tem 23 lugares. Os ingressos, gratuitos, são distribuídos com 30 minutos de antecedência.

NO CENTENÁRIO DO CINECLUBISMO, A RESISTÊNCIA DE UM CINECLUBE EM MATEUS LEME.

Em 1911, o jornal "Los Angeles Citizen" noticiou a criação, por cidadãos socialistas e feministas, de uma sala de cinema em reação ao que a incipiente produção cinematográfica norte-americana oferecia ao público. Mas o primeiro cineclube organizado como tal data de 1913, quando militantes e simpatizantes anarquistas criaram, em Paris, o Cinema du People, com a finalidade de "divertir, instruir, emancipar".

O cineclubismo está fazendo cem anos como movimento ou organização do público, ainda hoje considerado como massa - um conceito abstrato que o vê apenas como receptor ou consumidor passivo de filmes. No entanto, "o público somos nós" e, como público, temos também direitos, como políticas públicas em que não sejamos apenas objeto, mas também agentes fundamentais na construção do diálogo com o filme e seus autores. 

O cineclube da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida apresenta a sua programação de agosto, que começa com a exibição, no dia 3, sábado, às 17 horas, de um curta e um longa, "Aeroporto" (2010) e "Pacific" (2009), do cineasta pernambucano Marcelo Pedroso. O diretor tem um modo particular de trabalhar que esses dois filmes ilustram bem: ele recolheu os filmes amadorísticos feitos por turistas (no primeiro, estrangeiros em outros países; no segundo, brasileiros que participam de um cruzeiro marítimo) e os montou utilizando uma linguagem moderna e experimental. 

No dia 10, sábado, às 17 horas, serão exibidos o curta "A Musa do Cangaço" (1981), de José Umberto, e o longa "Corisco & Dadá" (1996), de Rosemberg Cariry. O primeiro é um documentário centrado no depoimento de Dadá, que foi mulher de Corisco, subtenente do bando de Lampião. O segundo é uma ficção baseada no caso de amor dos dois: Dadá foi raptada por Corisco quando tinha 12 anos de idade e na vida dura do cangaço o seu ódio se transformou em amor, humanizando o outro. Com Chico Diaz e Dira Paes. 

No dia 17, sábado, às 17 horas, o programa é um curta, "Uma Homenagem a Aluízio Netto" (2004), de André Novais, e o longa "Terra em Transe" (1967), de Glauber Rocha. O curta é uma ficção sobre um grupo de jovens que nos anos 1920, em Cataguazes, se compraziam em trocar as cartelas originais dos filmes exibidos no cinema por outras de conteúdo revolucionário. O longa é uma alegoria sobre o Brasil e a América Latina, representados num país imaginário, Eldorado, dividido entre diversas forças políticas que disputam o poder; em meio a elas, um jornalista e poeta hesita entre apoiar uma ou outra, optando pelo político populista. Com Jardel Filho, Paulo Autran, José Lewgoy e Glauce Rocha. 

No dia 24, sábado, às 17 horas, o cineclube apresenta o Festival Melhores do Minuto de 2012, constituído dos filmes brasileiros e estrangeiros de um minuto ou menos selecionados pelo Festival do Minuto do ano passado. Criado em 2001, o Festival se realiza anualmente, elegendo um tema para ser tratado em até um minuto pelo realizador. O desafio é se ele não o fizer em um minuto, não conseguirá fazê-lo em dez. Em 2012, o tema foi livre.

No dia 31, sábado, às 17 horas, serão exibidos o curta "Não Há Cadeiras" (2011), de Pedro Di Lorenzo, e o longa "A Lira do Delírio" (1978), de Walter Lima Júnior. O curta se passa num universo pós-apocalíptico no qual um homem busca o que acredita ser o seu Santo Graal: uma cadeira de rodas. O longa, com Anecy Rocha e Cláudio Marzo, confronta a fantasia do Carnaval, um momento em que os papéis se invertem, com a ressaca que começa na Quarta-Feira de Cinzas, ocasião em que as pessoas se mostram como são na realidade. 

Todos os domingos, também às 17 horas, prossegue o projeto Cinepreciosidades, com curadoria do escritor e cinéfilo Matheus Matheus, constituído da apresentação de filmes raros, entre primitivos, undergrounds ou contemporâneos, garimpados em coleções particulares, na internet e outras fontes. 

Os filmes são apresentados com projeção e som digital em tela de 75 polegadas. A sala tem 23 lugares. Os ingressos são distribuídos com 30 minutos de antecedência.

CINECLUBE DE MATEUS LEME NO CIRCUITO NACIONAL ALTERNATIVO AO CINEMÃO

De um informe do Conselho Nacional de Cineclubes: 90% das salas de cinema no Brasil são ocupados por "blockbusters" norte-americanos. Sobra 10% do espaço para os filmes brasileiros. 9% dele é ocupado pelos filmes da Globo. 1% é o que resta para os filmes independentes. Estes estreiam e são retirados de cartaz com uma semana de exibição. 
 
Mas os filmes mais autênticos e autorais não encontram seus públicos nessas salas. O público dos shoppings, onde 99,9% delas estão situadas, tem um gosto específico formado por um certo tipo de filmes. De 83 filmes brasileiros lançados em 2012, só cinco fizeram 1 milhão ou mais de espectadores. 80% dos lançamentos não alcançaram 99 mil pessoas. Dois terços não chegaram a 10 mil espectadores em todo este país de 200 milhões de habitantes. 
 
Na TV, a exibição do filme brasileiro é mínima. A TV Brasil, que é campeã da exibição de filmes brasileiros, tem audiência de 0,1% e a Rede Globo, vice-campeã, só exibe filmes da Globofilmes. As demais redes de TV não exibem ou exibem apenas um filme brasileiro por ano. 
 
"Se temos a possibilidade de fazer uma corrente, um movimento real e forte para mudar esse paradigma, oferecendo um circuito alternativo (durante apenas 2 horas por semana), por que não?" O cineclube da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida, em Mateus Leme, o Instituto Humberto Mauro e o Centro de Estudos Cinematográficos de Minas Gerais, em Belo Horizonte, em parceria com a Imprensa Oficial de Minas Gerais, fazem parte dessa corrente. 
 
Eis a programação de julho do cineclube da Casa: sábado, dia 6, às 17 horas, serão exibidos o curta "Macacos me Mordam", de Sávio Leite e César Maurício, e o longa "Terra Estrangeira", de Walter Salles e Daniela Thomas. O primeiro, baseado num conto de Fernando Sabino, é um filme de animação: macacos perturbam os habitantes de uma cidade. O segundo, de 1995, foca um jovem que, desesperançado com o Brasil da era Color, imigra para a Europa, levando uma "encomenda" suspeita. O elenco tem Fernanda Torres, Fernando Alves Pinto, Luís Melo, Beth Coelho e Tcheky Karyo.

No dia 13, sábado, às 17 horas, a propósito da comemoração do Dia Internacional do Rock, o cineclube exibe "Botinada - A Origem do Punk no Brasil", de Gastão Moreira. Composto de depoimentos e material de arquivo, alguns raros e inéditos, o documentário aborda a chegada do punk rock ao Brasil e como os punks brasileiros encararam a ditadura militar e lhe ofereceram resistência, através de sua ideologia, irreverência e música. O filme apresenta a versão dos que vivenciaram essa história de corpo, alma e jaqueta de couro. O curta é "Fantasmas", de André Novais: dois amigos aguardam numa esquina que reapareça a antiga namorada de um deles. 
 
No dia 20, sábado, às 17 horas, "São Bernardo", de Leon Hirszman, com Othon Bastos, Isabel Ribeiro, Mário Lago, Jofre Soares e outros. Trilha sonora de Caetano Veloso. Baseado na obra de Graciliano Ramos. Filme de 1972, ficou retido pela censura da ditadura militar durante um ano e isso levou a produtora de Hirszman à falência. O diretor negou-se a atenuar o discurso político e social de seu filme, que trata da trajetória de um homem que não mede sacrifícios para ascender de mascate a fazendeiro no Nordeste brasileiro. O curta, "Nelson em Ouro Preto", de Fábio Carvalho, surpreende o cineasta Nelson Pereira dos Santos em uma visita a Ouro Preto.
 
Dia 27, sábado, às 17 horas, serão exibidos "O Aleijadinho" e "O Padre e a Moça", ambos de Joaquim Pedro de Andrade. O primeiro é um documentário sobre a obra de Antônio Francisco Lisboa em Congonhas e Ouro Preto, narrado por Ferreira Gullar. O segundo, de 1966, se baseia num poema de Carlos Drummond de Andrade e é uma das obras mais representativas do Cinema Novo. Aborda o amor proibido entre um jovem padre e a única moça de um vilarejo perdido no tempo. Com Helena Ignez, Paulo José e Mário Lago. Filmado em Minas, do filme participaram os mineiros Carlos Alberto Prates Correia, Flávio Werneck e Geraldo Veloso.
  
Em todos os domingos do mês, também às 17 horas, o cineclube da Casa realiza o projeto Cinepreciosidades, com curadoria do escritor e cinéfilo Matheus Matheus, constituído da apresentação de filmes raros, entre primitivos, undergrounds ou contemporâneos, garimpados em coleções particulares, na internet e outras fontes.
 
Na Sala Multimídia da Imprensa Oficial, na avenida Augusto de Lima, 270, Centro, em Belo Horizonte, prossegue o projeto Curta Degustação, com curadoria de Lourenço Veloso, constituído da exibição de filmes de curta-metragem, todas as terças-feiras, às 13 horas.
 
No cineclube da Casa, os filmes são apresentados com projeção e som digital em tela de 75 polegadas. A sala tem 23 lugares. Os ingressos são distribuídos com 30 minutos de antecedência.

CINECLUBE DE MATEUS LEME DIVULGA A SUA PROGRAMAÇÃO DE JUNHO 2013


 
 
Prosseguindo em sua política de exibir preferencialmente filmes brasileiros, o cineclube da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida, de Mateus Leme, apresenta neste sábado, dia 1º de junho, às 17 horas, o filme "Tudo Bem" (RJ, 1978, 110min), de Arnaldo Jabor, com Fernanda Montenegro e Paulo Gracindo. O precário equilíbrio de uma família de classe média, moradora na Zona Sul do Rio, é quebrado quando ela decide reformar o apartamento para o casamento da filha e tem de conviver durante vários dias com os operários encarregados da construção. Acompanha o curta-metragem “Salas” (Minas Gerais, 11min51seg), de Silvino Castro, sobre o público e as salas de cinema de Belo Horizonte de antigamente.
 
No dia 8, também no mesmo horário, o filme será "Eu Me Lembro" (Bahia, 2005, 110min) , de Edgard Navarro. As reminiscências do cineasta, da infância à juventude, entre os anos 1950 e 1970, ensejam um olhar crítico sobre os preconceitos de cor e de classe, a hipocrisia religiosa e o autoritarismo familiar e político, num tom que vai do agridoce de Fellini à agressividade do próprio. Com este programa, o cineclube começa a repicar os curtas-metragens apresentados no projeto Curta Degustação, uma parceria do Centro de Estudos Cinematográficos de Minas Gerais (CEC-MG) e do Instituto Humberto Mauro com a Imprensa Oficial de Minas Gerais, apresentado todas as terças-feiras, às 13 horas, na Sala Multimídia da IOMG, na avenida Augusto de Lima, 270, Centro, em Belo Horizonte. O primeiro curta a ser repicado é o premiado "Contagem" (2010, 18min), de Gabriel e Maurílio Martins. Um acontecimento, quatro pessoas e a cidade de Contagem. 
 
No dia 15, no mesmo horário, o filme será "Nunca Fomos Tão Felizes" (RJ, 1984, 91min), de Murilo Salles, com Cláudio Marzo e Roberto Bataglin. Pai e filho, um preso, o outro num colégio interno, se reencontram depois de oito anos, mas, por causa da situação política do país, são obrigados a ter uma convivência mínima, impedindo o filho de conhecer o pai. Escrito por Alcione Araújo, com base num conto de João Gilberto Noll, no filme o personagem de Marzo tem o mesmo nome e codinome do desaparecido político mineiro Carlos Alberto Soares de Freitas. O curta é "Projeto 68" (RJ, 2008, 13min), de Júlia Mariano, que alterna imagens do desfile de 7 de Setembro de 2007 com as imagens dos protestos estudantis de 1968 contra o regime militar, desde a morte do estudante Edson Luís até a Passeata dos Cem Mil.
 
No dia 22, no mesmo horário, o filme será "O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas" (Pernambuco, 2000, 75min), de Paulo Caldas e Marcelo Luna. Documentário sobre duas vidas cruzadas pela violência urbana: Helinho, de 21 anos, matador de "bandidos" na região metropolitana de Recife, e Garnizé, de 26 anos, músico da banda de rap Faces do Subúrbio que utiliza a cultura para enfrentar as difíceis condições de vida na área. O curta é "O Último Raio de Sol" (Distrito Federal, 2004, 22 min), de Bruno Torres, com José Dumont. Dois jovens ricos viajam de carro para o interior e se divertem ameaçando e humilhando quem encontram pelo caminho.
 
No dia 29, também no mesmo horário, o filme será "O Circo das Qualidades Humanas" (Minas Gerais, 1999, 93min), de Geraldo Veloso, Paulo Augusto Gomes, Jorge Moreno e Milton Alencar, com Stenio Garcia, Jonas Bloch, Cassia Kiss e Daniel de Oliveira. Filmado em Congonhas sobre um roteiro de Cunha de Leiradela, o filme entrelaça - em vez de mostrá-los separadamente - quatro episódios diferentes, cada um dirigido por um cineasta: um professor em crise existencial, um psicótico que se afunda em seu inferno pessoal, um ex-policial que é procurado por dois bandidos cariocas e um engenheiro que tem um caso com uma mulher que ele não sabe se realmente existe. O curta é "Bonfioli, o Fazedor de Fitas" (Minas Gerais, 16min38 seg), de José Américo Ribeiro, sobre a vida do fotógrafo e cineasta Igino Bonfioli, um pioneiro do cinema mineiro.
 
Aos domingos, às 17 horas, prossegue o projeto Cinepreciosidades, com curadoria do escritor e cinéfilo Matheus Matheus, constituído da apresentação de filmes raros, entre primitivos, undergrounds ou contemporâneos, garimpados em coleções particulares, na internet e outras fontes.
 
Os filmes são apresentados com projeção e som digital em tela de 75 polegadas. A sala tem 30 lugares. Os ingressos são distribuídos com 30 minutos de antecedência.