"A ESTRADA DA VIDA" - O FILME QUE PROJETOU FEDERICO FELLINI E SUA MULHER, GIULIETA MASINA COMO GELSOMINA, UM DOS MAIORES PERSONAGENS CRIADOS PELO CINEMA
"Nenhum homem é uma ilha", escreveu há 500 anos o poeta John Donne. Fazemos parte de um conjunto. Daí a necessidade de comunicação ser o ideal mais essencial aos seres humanos. E o amor é a maior forma de comunicação humana, nos diz Fellini em "A Estrada da Vida" (La Strada), filme que o diretor italiano realizou em 1954.
No filme, um artista ambulante viaja pela Itália exibindo seus músculos, acompanhado de uma companheira-escrava comprada à família miserável. À primeira vista, um filme social, como eram os filmes italianos vinculados ao movimento cinematográfico do neo-realismo. Mas os miseráveis de Fellini, como depois o operário de Antonioni em "O Grito", têm problemas existenciais. A deambulação, presente nos filmes do diretor, é apenas uma forma de dizer que os seres humanos caminham pela vida sempre à procura do outro, na esperança de uma comunicação, na busca do amor, passando por desencontros e desenganos, perdidos na estrada da vida.
O humanismo de Fellini é temperado pela influência do vagabundo de Chaplin e pelo cristianismo de Rosselini, de quem Fellini foi colaborador. Segundo o poeta e crítico de cinema José Lino Grunewald, "para Fellini, o caminho da esperança talvez seja apenas um: o fim da civilização cristã, cujos valores positivos, desatualizados, ficaram inatingíveis para o homem ou se transformaram em alienação".
"La Strada será apresentado neste sábado, dia 18, às 17 horas, pelo Cineclube da Casa. Projeção em telão, DVD.
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