terça-feira, 30 de agosto de 2011




CINECLUBE DE MATEUS LEME EM MOSTRA NACIONAL SOBRE A DIVERSIDADE SEXUAL


Cerca de 150 cineclubes de todo o Brasil estão participando da mostra itinerante do 4º For Rainbow - Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual, numa parceria apoiada pelo Conselho Nacional de Cineclubes (CNC) e pelo programa Cine Mais Cultura, do Ministério da Cultura. Os cineclubes foram selecionados por meio de uma chamada pública e estão exibindo dez filmes de curta e média metragem premiados abordando essa temática, cuja produção começa a crescer no Brasil.


Em Minas Gerais, estão apresentando a mostra cineclubes de Belo Horizonte, Mateus Leme, Juiz de Fora, Contagem, Caratinga, Uberaba, Ipatinga, Divinópolis, Além Paraíba e Piranga. Em Mateus Leme, a mostra será apresentada no sábado, dia 10 de setembro, às 17 horas, no cineclube da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida, situada na rua Meyer, 105, Vila Suzana (Reta), telefone (31) 3535-1721.


A entrada é franca. O público será convidado a escolher o melhor filme, concorrente ao troféu Artur Guedes (multiartista cearense). Na ocasião, também será sorteada uma camiseta e produtos artesanais relativos ao evento.


O cineclube da Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida - um projeto do Instituto Humberto Mauro - já participou de outras mostras itinerantes, como o Festival de Cinema da Classe Operária (Feco), duas edições do Dia Internacional da Animação e do lançamento do filme "Patativa de Assaré", de Rosemberg Cariry. Depois do For Rainbow, o próximo evento será o lançamento de dois filmes da cineasta mineira Marília Rocha: "Acácio" e "A Falta que me Faz", ainda em datas a serem marcadas.


São os seguintes os filmes a serem exibidos na mostra itinerante do 4º For Rainbow:


"Brincos de Estrelas", de Marcela Bertoletti, do Rio de Janeiro. A descoberta do amor entre duas amigas.


"Depois de Tudo", de Rafael Saar, de Niterói, com Ney Matogrosso e Nildo Parente. Dois homens idosos se reúnem para assistir a um antigo filme soviético, "Quando Voam as Cegonhas".


"E agora, Luke", de Alan Nóbrega, do Rio de Janeiro. Filme de animação. Um rapazinho é obrigado a se defrontar com os valores da sociedade, depois que um segredo seu é descoberto por seus familiares.

"Ensaio de Cinema", de Allan Ribeiro, do Rio de Janeiro, com Rubens Barbot e Gatto Larsen. Dois artistas fazem o ensaio de uma filmagem
em que um filma e o outro atua.


"Eu não Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro, de São Paulo. A vida de Leonardo, um adolescente cego, muda com a chegada de um novo aluno em sua escola.

"Felizes para Sempre", de Ricky Mastro, de São Paulo. Um casal de mulheres que está junto há décadas.

"GLOSSário", de Fabinho Vieira, de Fortaleza. Duas travestis revelam os significados dos termos e gírias próprios da sua comunidade.

"Homofobia, Lesbofobia e Transfobia", de Felipe Fernandes, de Brasília. Situações de discriminação e violência produzidas pela condição de "ser lésbica" e "ser travesti".

"Sem Purpurina", de Fernanda Balbino, Lara Finochio, Lívia Carvalho e Xenda Amici, de Santos. A luta contra o preconceito numa das regiões mais homofóbicas do país, a Baixada Santista.

"On my Own", de Yuri Yamamoto, de Fortaleza. Experimental. A procura da identidade de um garoto.

Os filmes serão apresentados em DVD. A projeção é digital em tela de 75 polegadas. A sala tem 30 lugares e os ingressos serão distribuídos 30 minutos antes da sessão.

sábado, 27 de agosto de 2011


NO CICLO DEDICADO A LUIS BUÑUEL, O PRIMEIRO FILME A CORES DO CINEASTA: "ROBINSON CRUSOE".


Como outros filmes de Buñuel, "Robinson Crusoe", de 1953, foi sugerido por seu produtor mexicano. É o primeiro filme a cores do diretor. A história de Daniel Deföe ofereceu a Buñuel a oportunidade de "efetivar uma reconciliação ao mesmo tempo comovente e vigilante com a sociedade que tanto atacou", escreveu o crítico Alex Viany. Livre das amarras sociais, Robinson Crusoe só pensa no mundo em que vivera. Buñuel critica os preconceitos do homem branco, indagando por meio do selvagem se vale a pena voltar à civilização. E conclui que o homem só
é humano na sociedade; ele se desumaniza se se afasta do contato humano, se perde sua função social. E é Sexta-Feira que o repõe no caminho da sociedade. Pelo menos dois temas sobressaem neste filme: a solidão do homem isolado da sociedade e a impossibilidade dele realizar o amor, a fraternidade e a solidariedade.
O curta-metragem é surpresa.
Os filmes serão exibidos em DVD, com projeção digital em tela de 75 polegadas. A sala tem 30 lugares.


SÁBADO, DIA 3 DE SETEMBRO, ÀS 17 HORAS, NO CINECLUBE DA CASA DE CULTURA CÁSSIA AFONSO DE ALMEIDA, SITUADA À RUA MEYER, 105, VILA SUZANA (RETA), TELEFONE (31)3535-1721, EM MATEUS LEME.
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sábado, 20 de agosto de 2011

NOS 30 ANOS DA MORTE DE GLAUBER, "BARRAVENTO".
UM FILME RICO EM IMAGENS, HISTÓRIAS E MISTÉRIOS.





No final dos anos 50, explodiu na Bahia, concomitantemente com uma renovação no teatro, na música e nas artes plásticas, um movimento cinematográfico, com origem no cineclubismo, que resultou em vários filmes. "Barravento" foi um deles. O filme começou a ser dirigido por Luís Paulino dos Santos, com base num argumento seu. Glauber Rocha fazia parte da equipe, que tinha também vários mineiros, entre eles Schubert Magalhães. Estourou uma crise e Paulino perdeu a direção para Glauber. Os mineiros se solidarizaram com Paulino, trazendo-o para Belo Horizonte. Mais de uma década depois, Schubert se "vingaria" de Glauber, colocando um Antônio das Mortes, matador de cangaceiros, gozando da aposentadoria em "O Homem do Corpo Fechado". Glauber e Schubert morreram e Paulino está hoje internado em Minas Gerais como líder de uma comunidade mística (igual a outro ex-cineasta baiano, Trigueirinho Neto). A sensação provocada, em 1964, por "Deus e o Diabo na Terra do Sol", recebido como obra-prima, sufocou qualquer explicação para o "golpe" de "Barravento". Parece que a causa foi ideológica. Os anos eram de JK e a juventude brasileira acreditava numa transformação revolucionária. Paulino enfatizava, numa comunidade de pescadores, a força da tradição, por meio dos cultos afro-brasileiros. Glauber viu-os como alienação ao permitirem a exploração do homem pelo homem. Desse conflito fez imagens poderosas que foram recuperadas na montagem dialética, eisensteiniana, de Nelson Pereira dos Santos.
O curta-metragem será uma surpresa.
Os filmes serão exibidos em DVD, com projeção digital em tela de 75 polegadas. A sala tem 30 lugares.


SÁBADO, DIA 27, ÀS 17 HORAS, NO CINECLUBE DA CASA DE CULTURA CÁSSIA AFONSO DE ALMEIDA, SITUADA À RUA MEYER, 105, VILA SUZANA (RETA), EM MATEUS LEME, TELEFONE (31)3535-1721.
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El

A HISTÓRIA DE UM HOMEM ALUCINADO, SEGUNDO BUÑUEL.
O FILME QUE SÓ LACAN COMPREENDEU.





"El", que no Brasil foi intitulado "Alucinado", é de 1952. Em sua autobiografia "Meu Último Suspiro", Buñuel diz que é um dos seus filmes preferidos. Apresentado em Cannes, que dez anos depois consagraria "Viridiana", o filme foi mal recebido. Jacques Lacan foi um dos poucos que o compreendeu. É o retrato de um paranóico - um indivíduo que interpreta a realidade conforme suas obsessões. Assunto na medida para Buñuel, para quem a subjetividade, sobretudo, é reveladora do ser humano. Para o surrealista Ado Kirou, o filme é uma obra-prima - um retorno a "L'Âge d'Or". Apesar de Arturo de Cordova, herói máximo do melodrama mexicano, no papel principal, para Buñuel o filme nada tem de mexicano. O curta-metragem é "Como se Morre no Cinema", de Luelane Loiola Correa - as memórias do papagaio que participou das filmagens de "Vidas Secas", de Nelson Pereira dos Santos, de 1962, no qual atuou também a cachorra Baleia. Para quem não se lembra, ambos "morreram" no filme, gerando protestos internacionais.
Os filmes serão exibidos em VHS, com projeção digital em tela de 75 polegadas. A sala tem 30 lugares.


SÁBADO, DIA 20, ÀS 17 HORAS, NO CINECLUBE DA CASA DE CULTURA CÁSSIA AFONSO DE ALMEIDA - UM PROJETO DO INSTITUTO HUMBERTO MAURO -, SITUADA À RUA MEYER, 105, VILA SUZANA (RETA), TELEFONE (31)3535-1721, EM MATEUS LEME.
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Crepúsculo Cultural em Mateus Leme

Mobilizados pela dra. Eulàlia Jordà-Poblet, personalidades de Mateus Leme e de Belo Horizonte, compareceram sábado, dia 13, na Casa de Cultura, para assistir à apresentação do crítico, ator e encenador Ronaldo Brandão, do filme "Aurora", de Murnau, considerado por ele um dos mais belos filmes jamais feitos.


Na ocasião, foi exibido, em primeira mão, o curta mineiro "Pedaço de Papel", produzido por Carla Onodera.


Depois das exibições, os convidados participaram de um lanche, durante o qual houve declamação de poemas.
















PARA RONALDO BRANDÃO, "AURORA", DE MURNAU, É UM DOS MAIS BELOS FILMES JAMAIS FEITOS. PARA APRESENTÁ-LO NO NOSSO CINECLUBE, RONALDO BRANDÃO EM PESSOA. NÃO PERCA!




Friedrich Wilhelm Murnau foi um dos mais importantes cineastas do expressionismo alemão. É dele o primeiro "Nosferatu - Uma Sinfonia de Horror", de 1921, com Max Schreck. Outro de seus filmes desse período é "A Última Gargalhada", de 1924, com o célebre Emil Jannings.
"Aurora" (Sunrise), de 1927, é o primeiro filme norte-americano de Murnau. Foi escrito por Carl Mayer, aparecido em 1919, ao fazer o roteiro de outro filme emblemático do expressionismo alemão, "O Gabinete do Dr. Caligari". Mayer foi colaborador constante de Murnau.
Com George O'Brien e Janet Gaynor, "Aurora" é um melodrama com algo de fantástico: uma mulher da cidade seduz um pequeno fazendeiro e o induz a assassinar sua mulher, porém vence a bondade inata do homem. Segundo Sigfried Kracauer, autor de "De Caligari a Hitler", os cenários da aldeia e até da cidade parecem de brinquedo, míticos. A realidade se apresenta sempre como percepção subjetiva, que a cada momento pode evaporar. Por trás da superfíciedos acontecimentos, emergem as experiências humanas primordiais.
Para apresentar "Aurora" a nossos convidados, estará presente o
jornalista, ator e encenador Ronaldo Brandão.
Desta vez, o curta-metragem poderá ser de fato uma surpresa. É "Pedaço de Papel", uma produção mineira de 2009, que será levado pessoalmente por sua produtora, Carla Onodera. Conduzidas só pela música, sem diálogos ou narração, as imagens acompanham a trajetória de uma nota de dinheiro, mostrando quanto a sociedade é escrava desse pedaço de papel.
Os filmes serão exibidos em DVD, com projeção em digital. A sala tem 30 lugares.


SÁBADO, DIA 13, ÀS 17 HORAS, NO CINECLUBE DA CASA DE CULTURA CÁSSIA AFONSO DE ALMEIDA, SITUADA À RUA MEYER, 105, VILA SUZANA (RETA), EM MATEUS LEME TELEFONE (31)3535-1721.
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sábado, 6 de agosto de 2011

Aqueles Dois

O CONTO DE CAIO FERNANDO ABREU INSPIROU UM FILME E VÁRIAS ENCENAÇÕES TEATRAIS. O FILME FICOU COMO EXEMPLAR DO JOVEM CINEMA GAÚCHO.



Nos anos 1980, jovens cineastas gaúchos agitaram o cinema brasileiro com alguns filmes diferentes da corrente. Primeiro porque provinham de fora do eixo Rio-São Paulo e, depois, porque abordavam temas que refletiam a juventude de seus autores. São dessa época filmes como "Verdes Anos" (baseado no livro do mineiro Luiz Fernando Emediato), "Me Beija", "Deu pra Ti, Anos 70" e "Aqueles Dois".
Baseado num conto de Caio Fernando Abreu, "Aqueles Dois" conta a história de dois colegas de trabalho, vivendo numa grande cidade, que se tornam amigos - talvez um pouco mais do que isso. O diretor Sérgio Amon esteve envolvido na produção de alguns conhecidos curta-metragens gaúchos, como "Barbosa" e "Ilha das Flores".
"Aqueles Dois" é o filme que vamos ver, em DVD, com projeção em digital. A sala tem 30 lugares.
No programa, um curta-metragem surpresa.

SÁBADO, DIA 6, ÀS 17 HORAS, NO CINECLUBE DA CASA DE CULTURA CÁSSIA AFONSO DE ALMEIDA, SITUADA À RUA MEYER, 105, VILA SUZANA (RETA), TELEFONE (31)3535-1721, EM MATEUS LEME.
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